Espaço
O espaço situa-se em três lugares: o palácio de Manuel de Sousa Coutinho (acto I), palácio de D. João de Portugal (acto II) e a capela / parte baixa do palácio (acto III).
A mudança do acto I para o II é provocada pelo incêndio e o espaço tende a concentrar-se. O acto I envolve um espaço aberto, com amplas janelas, luz, decorado e comunica com o exterior, o que se relaciona com alguma felicidade que se vive naquele lugar.
O acto II decorre num espaço mais fechado, mais sombrio e melancólico. Não tem janelas e as portas têm reposteiros, há grandes retratos de família, lembrado o passado. É aqui que vai chegar o Romeiro e felicidade da família começa a desagregar-se.
No acto III, o espaço ainda é mais fechado e subterrâneo, não há janelas e há pouca portas. Não há decoração. Na capela não há decoração, há apenas um altar e uma cruz, símbolos de sacrifício e de morte. É lá que Manuel e Madalena vão professar e maria vai morrer.
Em suma pode dizer-se que, à medida que a acção avança e se torna mais trágica, o espaço é mais fechado e opressivo e aniquilador das personagens.
Tempo
Tal como o espaço, também o tempo se fecha e concentra. Inicialmente amplo e vasto (21 anos).
· 1578 – batalha de Alcácer Quibir.
· +7 – anos de buscas por parte de Madalena.
· +14 – segundo casamento / +13 nascimento de maria
· 1599 – tempo presente.
No presente, a peça passa-se numa sexta-feira à tarde, 21 anos após a batalha de Alcácer Quibir, passam oito dias desde o incêndio (noite de sexta para sábado), é de novo sexta-feira. Chega o Romeiro, Manuel de Sousa e Madalena professam e maria morre.
Toda a acção dramática se passa “Hoje”, o dia em tudo se concentra: por um lado, Madalena teme esse dia; por outro lado, D. João quer chegar ali “Hoje” (é o dia em que faz 21 anos que ocorreu a batalha.
Em síntese, podemos dizer que a acção, espaço e tempo convergem e concentram-se progressivamente, até à tragédia final.
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