Cena I – Maria e Telmo
Maria pretende conversar com Telmo, para que este lhe revele a identidade do retrato que tanto assustava a mãe.
O incêndio do palácio provocou impressões diferentes entre Maria e Madalena, maria ficou fascinada, encontrou nele alimento para a usa fértil imaginação; Madalena ficou doente, aterrorizada, cheia de pesadelos, liga o incêndio à perda do marido, de que a destruição do retrato é um prognostico fatal.
Tal como no acto I, Maria agora cita o inicio de um livro trágico (pressentimento de fatalidade).
Na sala dos retratos, onde Maria conversava com Telmo, há 3 retratos que a fascina. Ela conhece dois mas quer confirmar o de D. João de Portugal. Em analepse, recorda o que ocorreu oito dias antes e que tanto perturbou a mãe, deixando-a doente. As atitudes estranhas da mãe perante o retrato deixaram Maria curiosa.
Telmo alterou a sua posição face Manuel de Sousa depois do incêndio: antes admitia as suas qualidades, mas não o admirava; agora admira-o pelo seu patriotismo e lealdade.
Quando Maria questiona Telmo sobre a identidade do retrato, este não responde.
Cena II – Maria, Manuel de Sousa e Telmo
É Manuel de Sousa (que entra sem que nenhum dos dois - Maria e Telmo – se aperceberem) que revela a identidade do retrato a Maria.
Manuel de Sousa refere-se a D. João, tal como fizera na cena VIII do acto I: admira as suas qualidades e não tem ciúmes.
Manuel de Sousa chega encoberto com uma capa, pois anda escondido (há oito dias) dos governadores.
Maria confessa ao pai as suas capacidades intuitivas: já sabia a identidade do retrato sem ninguém lhe ter dito; era de um saber “cá de dentro”.
Cena III – Manuel de Sousa e Maria
Pai e filha conversam sobre a vida e confessa que com aquela capa parece um frade. Novo indicio de fatalidade.
Acentuam-se as relações familiares;: D. Madalena sempre respeitou D. João, mas nunca o amou; amou e ama Manuel de Sousa.
Maria não controla as emoções diante do retrato de D. João: admira-o pela sua coragem e liga-o ao seu rei, mas ama os seus pais.
Nesta cena, Manuel é meigo, carinhoso e afectivo para com a filha.
Cena IV – Maria, Manuel de so8usa e frei Jorge
Frei Jorge sugere a Manuel de Sousa que o acompanhe a Lisboa para agradecer ao arcebispo pois foi ele que intercedeu junto dos outros governadores.
Manuel decide acompanhá-lo a Lisboa, pois ate precisa de ir ao sacramento conversar com a abadessa (é a tia Joana de Castro que se separou do marido, para ambos professarem). Mais um indicio de fatalidade (também Manuel e Madalena vão separar-se e professar).
Maria quer acompanhar o pai a Lisboa; quer conhecer a tia Joana e quer levar consigo Telmo, frei Jorge e Doroteia.
Cena V – Madalena, Jorge, Manuel e Maria
Madalena que já está melhor, reage mal à ida de Manuel a Lisboa e não quer que a filha a deixe só.
Madalena teme pelo dia de Hoje, é um dia terrível para ela ( faz anos que foi a batalha de Alcácer Quibir); é sexta feira.
Perante toda a confusão, é frei Jorge quem vai resolver a situação, comprometendo-se a ficar com Madalena.
Madalena está cheia de agoiros, muito ligados ao passado, cheia de fatais medos.
Tudo faz pressentir que alguma coisa fatal está para acontecer.
Cena VI – Manuel de Sousa, Madalena e Jorge
Manuel confirma que Maria precisa de espairecer. Talvez lhe faça bem.
Madalena diz que não quer que Telmo fique (Terá medo das suas conversas?)
Cena VII - Manuel de Sousa, Madalena, Jorge e Maria entrando com Telmo e doroteia
Madalena está preocupada, assustada e temerosa. Chora e pede a todos que não se afastem de Maria, que a protejam.
A despedida é dolorosa e dramática.
Cena VIII – Manuel de Sousa, Madalena, Jorge e Maria entrando com Telmo e doroteia
Madalena volta a evidenciar a sua incapacidade para não sentir medo e horror.
A despedida é dramática – voltam a referir a Condessa de Vimioso (Joana de Castro) e paira no ar a fatalidade.
Cena IX – frei Jorge, monólogo
Frei Jorge sente só, contagiado também ele pela atmosfera trágica que se adensa.
Cena X – Jorge e Madalena
Madalena dá ordens a Miranda para que fique no mirante até que o bergantim chegue a Lisboa.
Madalena confessa a Jorge que HOJE é o dia da sua vida que mais tem receado.
· Faz anos que casou a primeira vez.
· Faz anos que se perdeu el-rei (e D. João).
· Faz anos que conheceu Manuel de Sousa.
Madalena considera-se uma pecadora.
· Conheceu Manuel de Sousa quando ainda D. João era vivo.
· Amou-o assim que o viu; o pecado estava-lhe no coração; a imagem do amante perseguia-a; apenas foi fiel a D. João.
Adverbio de tempo HOJE repete-se nove vezes.
Cena XI – Madalena, Jorge e Miranda
A conversa de Madalena com frei Jorge é interrompida por Miranda. Esta traz a noticia da chegada de um romeiro – peregrino de Espanha, de Roma, dos santos lugares…
Madalena desvaloriza, mas Miranda diz que o romeiro traz um recado que só dará a Madalena.
Depois de algum desinteresse e sobressalto, Madalena dá ordem que mande entrar o romeiro.
Cena XII – Madalena e Jorge
Desconfianças de Jorge face a estranhos.
Cena XIII – Madalena, Jorge e Miranda que volta com o Romeiro
Miranda apresenta o Romeiro.
Jorge apresenta-o a Madalena de Vilhena e pergunta se é ela a quem lhe deseja falar.
O Romeiro como se a conhecesse (e conhece) confirma.
Cena XIII – Madalena, Jorge, Romeiro
É nesta cena que se atinge o clímax da acção.
O Romeiro face às perguntas de que lhe vão fazendo, vai-se dando a conhecer gradualmente.
Madalena, ingenuamente, não conhece D. João.
Constatando que ninguém o conhece, o Romeiro num “eu” e num “ele”, desdobrando a sua personalidade: transforma-se num “eu” que traz o recado de um “ele” / D. João.
A partir da revelação do recado, Madalena apenas compreende que D. João está vivo: a legitimidade de Maria é obvia e o seu casamento foi anulado, Manuel já não existe como seu marido.
Ao longo desta cena, todos os sinais e palavras do Romeiro o identificam com D. João. Todos o percebem. Apenas Madalena não o reconhece.
Cena XV – Jorge e o Romeiro
Face à pergunta de Jorge o Romeiro identifica-se através da palavra NINGUÉM, apontando para o retrato.
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