sexta-feira, 27 de maio de 2011

FREI LUIS DE SOUSA - ACTO I

Cena I – monologo de Madalena

Madalena lê Os Lusíadas, no episódio de Inês de Castro. Compara-se Inês mas sente-se mais infeliz porque os terrores contínuos, os medos não a deixam viver um único instante de felicidade, nem sequer breve… A linguagem e emotiva.

Cena II – Madalena e Telmo

Telmo conversa com Madalena e aflige-a com recordações do passado. Nesta cena, todas as personagens são apresentadas:
  • Manuel de Sousa surge desvalorizado em relação a D. João de Portugal.
  • Maria é sempre caracterizada positivamente – curiosa, compreende tudo, formosa, bondosa, viveza de espírito.
  • Telmo – escudeiro valido e fiel, familiar quase parente… Cheio de agoiros e pressentimentos.

Estrutura-se, nesta cena, uma analepse, onde as personagens recuam 21 anos – batalha de Alcácer Quibir (1578), mais sete anos de busca (1585) -  2º casamento de Madalena, nascimento de Maria mais um ano (15999 – presente da acção.

Telmo confessa-se um crente no regresso de D. João e justifica a sua credulidade pelas palavras de uma carta escrita por d. João, onde esta garantia que “vivo ou morto” haveria de voltar.

Madalena pede a Telmo que não fale a Maria em assuntos relacionados com a batalha e D. Sebastião… e ele promete que o fará.

Madalena está preocupada com a demora de Manuel de Sousa que foi a Lisboa, é tarde e não aparece. Pede a Telmo que vá saber noticias junto de frei Jorge.

Cena III – Madalena, Telmo e Maria

Maria evidencia a sua cultura e gosto pela leitura. Pede a Telmo o livro da ilha encoberta… mostra-se uma crente no sebastianismo.

Madalena tenta levar a filha a não acreditar nem em fantasmas nem em fantasias do povo.

Esboça-se um pequeno conflito de Maria com o pai e com a mãe, pois ambos não aceitam ouvir falar do regresso de D. Sebastião. Tal causa estranheza em Maria.



Cena IV – Madalena e Maria

Maria não consegue entender nem compreender a perturbação e preocupação dos pais com ela.

D. Madalena não pode relevar a causa das suas preocupações…

Sem querer, Maria martiriza a mãe, afirmando que lê nos olhos, nas estrelas e sabe muitas coisas, mostrando-se portadora de uma forte imaginação.

Madalena não responde às questões da filha e tenta desviar de Maria, pedindo-lhe que fale do seu jardim.
  • As flores simbolizam a brevidade da vida.
  • As flores de Maria murcharam. Não será um presságio da sua morte?

Cena V – Jorge, Madalena, Maria

Frei Jorge traz a noticia de que os governadores saíram de Lisboa e querem vir hospedar-se na casa de Manuel de Sousa, a noticia é dada progressivamente.
  • Maria e Madalena reagem de formas distintas: Maria mostra-se entusiasmada, dá largas à sua imaginação, idealismo e patriotismo; Madalena revela alguma ingenuidade, é individualista e não revela qualquer sentido patriótico

Novos sinais da doença de Maria: ouve a voz do pai e percebe que vem “afrontado”


Cena VI – Jorge, Madalena, Maria e Miranda

Miranda anuncia a chegada de Manuel de Sousa / confirmação dos sinais da doença de Maria.

Madalena e frei Jorge ficam preocupados e destacam a agudeza do ouvido de Maria. Chamam-lhe “Terrível sinal”.


Cena VII – Jorge, Madalena, Maria, Miranda, Manuel de Sousa

É noite fechada.

Manuel de Sousa entra num tom precipitado e agitado, dando ordens aos seus criados. Algo estranho se passa e Madalena preocupa-se.

Manuel de Sousa usa o seu latim nas suas falas – personagem culta = estatuto social elevado.

Manuel de Sousa confirma as notícias trazidas por frei Jorge na cena V e anuncia que é preciso saírem imediatamente daquela casa.

Face a este anúncio, Maria reage de forma eufórica, intensa e patriótica; Madalena fica assustada e tenta contrariar Manuel.


Cena VIII – Madalena e Manuel de Sousa

Nesta cena contrasta a linguagem serena e decidida de Manuel de Sousa com a linguagem emotiva, hesitante e assustada de madalena.

Manuel mostra-se um herói clássico, racional, o homem presente, o patriota, de consciência limpa, nada teme e para ele não há razões que justifiquem não mudar para o palácio que fora de D. João.

Madalena age pelo coração, é modelo da heroína romântica, assustada, ligada ao passado cheia de pressentimentos e crente que vai morrer, infeliz, naquela casa.

Manuel de Sousa tenta chamá-la à razão e pede-lhe que atente na sua condição social, o ajude e apoie neste momento tão decisivo da sua vida.


Cenas IX e X – Todos

Telmo informa que os governadores desembarcaram.

Manuel de Sousa apressa ainda a mais a saída da casa e a mudança para o palácio de D. João.

Manuel pede a frei Jorge e a Telmo que levem Maria e Madalena


Cena XI – Quase monólogo. Manuel de Sousa, Miranda e outros criados.

Manuel refere o acontecido com seu pai e põe a hipótese de lhe acontecer algo semelhante. É uma prolepse ou antecipação da desgraça que irá acontecer.

Manuel de Sousa mostra-se um homem de valores intensos. Para ele, nada perdura, tudo muda, a vida é uma constante e eterna mudança, tudo é aparência…

Cena XII – Manuel de Sousa e criados, Madalena, Maria, Telmo e Jorge

Concretiza-se o incêndio.



Na impossibilidade de salvar o palácio, Madalena pede desesperadamente que lhe salvem o retrato do seu actual marido / prolepse / antecipação da separação…



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