domingo, 29 de maio de 2011

O mito de Narciso

Narciso era um belo rapaz, filho do deus so rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por acasião de seu nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. A resposta foi que ele teria uma longa vida, se nunca visse a própria face.
 
Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta. Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das mais apaixonadas, não se conformou com a indiferença de Narciso e afastou-se amargurada para um lugar deserto, onde definhou até que somente restaram dela os gemidos. As moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las.
 
Nêmesis apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, a debruçar-se numa fonte para beber água. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida e assim morreu. No próprio Hades ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara.


Cesário Verde – um poeta de contrastes

Ø      A poesia é o real

·   Observação atenta do quotidiano objectivo que o circunda (deambulação).
·   Captação de todas as imagens e sensações desse real.
·   Reflecte na poesia que o exterior deixa no seu interior

Ø      A poesia é denúncia e intervenção

·   Retrata as desigualdades sociais, burguesia e povo (“Num bairro moderno”).
·   Critica o poder do mais forte.
·   Denuncia a sociedade desumana e injusta (“contrariedades”).
·   Solidariza-se com os fracos e desfavorecidos (“contrariedades”).

Ø      Linhas temáticas

Binómio campo/cidade
Conta o quotidiano da cidade de Lisboa e do campo que conheceu em Linda-a-Pastora.
·         A cidade limita, aniquila, aprisiona. É como uma cela que enclausura o espírito e não permite a libertação do ser. É também doença e morte, espaço de epidemia e pestes; é capital maldita, soturna, onde tudo sufoca e incomoda (“O sentimento de um ocidental”)

·          O campo é a fuga e a solução da humilhação social, sentimental e estética provocada pela cidade; é o refúgio salutar, o espaço idílico, representa o útil, a saúde e a força; é o lugar da revigoração das forças vindas da Terra-mãe (Mito de Anteu); o lugar onde o corpo e o espírito se reconfortam (“Nós”, “Num bairro moderno”)




Cidade
Campo
Morte
Vida
Repulsa / rejeição
Paixão / atracção
Soturnidade e melancolia / incómodo
Luminosidade e alegria
Epidemia / solidão e miséria
Saúde, vigor e força
Capital maldita – o artificial / o fútil
Espaço de paz / amor
Crueldade / injustiças – desejo de evasão
Fraternidade
Esterilidade / vazio / morte
Fertilidade / vida

O real / autêntico / a verdade





            Imagética feminina

Dois tipos de mulher articulados com os dois locais onde se movimentam.

·         A mulher citadina surge associada à fatalidade, à morte, tal como a cidade; é a mulher que destrói, pois é frívola calculista, dominadora e sem sentimentos, é o produto das convenções sociais e humanas e retrata os valores decadentes e a violência social. É uma mulher predadora que gera humilhação sentimental e sexual e incorpora um valor erótico que, ao mesmo tempo, desperta desejo e arrasta para a morte. É uma mulher bela e luminosa, sensual, atraente e elegante mas contém fatalidade, é o símbolo da morte e conduz o poeta à humilhação (“deslumbramentos”, “esplêndido”, “vaidosa”)

·         A mulher do campo é frágil, ingénua, despretensiosa (mesmo quando enquadrada na cidade – “ A Débil”), capaz de oferecer amor e a vida inerentes aos espaços rurais. É uma mulher angélica que sugere a libertação, envolve a pureza, a autenticidade e a verdade. É uma mulher bonina, delicada, simples, espontânea onde o erotismo, cheio de pureza se associa ao campo. Esta figura realiza o poeta que nela supera a humilhação provocada pela mulher da cidade e com ela vive feliz, em harmonia e numa ligação intima à terra (“Setentrional”).


A Questão social

Cesário Verde interessa-se pelo conflito social do campo e da cidade, analisa-o intensamente e retrata-o em antinomia.

·         Assim, fez a anatomia do homem esmagado pela cidade retrata com ironia mordaz a burguesia (novos ricos) endinheirada mas sem valores, desumana, cruel e incapaz de ser solidária e fraterna (“Num bairro moderno”).

·         Por outro lado retrata-se o povo como classe humilde e desfavorecida pela sorte, o povo que tem de trabalhar arduamente, é mal remunerado, sofre e é desprezado socialmente (“Cristalizações” e “Contrariedades”). Face a estes, o poeta revela compaixão e solidariedade, colocando-se ao seu lado na dor, no sofrimento e no trabalho.

- Carácter deambulatório
- Presença do quotidiano citadino e campestre
- Binómio campo (vida, pureza, liberdade, saúde, felicidade, luz) / cidade (morte, tristeza, infelicidade, prisão, sombra)
- Imagem da mulher:
  • Do povo (engomadeira de “Contrariedades”)
  • Leviana (prostitutas)
  • Sedutora e bela (“Deslumbramentos”)
  • Frívola, sedutora e distante (“De Tarde”)
  • Pura e regeneradora (“A Débil”)

Estilo / Linguagem / Características

·         Vocabulário preciso, conciso e pragmático.
·         Uso de diminutivo com expressividade: carga negativa / irónica ou compaixão e solidariedade.
·         Uso de verbos sensoriais – poeta que transmite o real sentido para a poesia.
·         Rigor estrófico, métrico e rimático = parnasianismo (transpõe para a poesia o seu desejo de perfeição)  
·         É um poeta / prosador realista = retrata ambientes de modo a projectar de forma objectiva e rigorosa.
·           É impressionista = acumula pormenores das sensações captadas / recurso às sinestesias / imagens de cor, movimentos, formas…
·         É simbolista = as palavras e as imagens, por vezes, apenas sugerem.
·         É parnasiano = objectividade nos temas, o rigor na forma.
·         É surrealista = transfiguração do real.





Reflexão crítica sobre os Maias

“Os Maias” são um romance em que se conta a história de família nas suas várias gerações e, simultaneamente são um fresco caricatural da sociedade portuguesa do séc. XIX, em forma de crónica de costumes, em cujo palco desfila toda uma elite que não consegue salvar a pátria do tédio, da monotonia e decadência em que ela está mergulhada.
            Com efeito, ao longo da obra perpassa, na globalidade, um negativismo que acaba por se concretizar no “falhanço” de todas as personagens. Desde os mais hipócritas, molengões e indiferentes até aos mais viajados, superiores e nobres, tudo falha numa total irrealização de ideias e projectos jamais concretizados. Contudo, importa referir que não constitui surpresa o facto de Pedro da Maia e Eusébiozinho, por exemplo, falharem. Espantoso é, de facto, que as pedagogias de Brown (anti-românticas e anti-portuguesas) conduzam ao falhanço de um individuo inicialmente enérgico e cheio de vontade de vencer, mas que aos poucos vai adiando a realização dos seus projectos até que estes definitivamente adormecidos no seu diletantismo. Que aconteceu a Carlos? Que se passou com a sua geração (Ega e Carlos) tão lutadores e ardentes nos seus tempos de Coimbra e agora tão cheia de sonhos incumpridos e irrealizados; que os levou a considerar no final da obra (Cap. XVIII) que falharam a vida, considerando mesmo que não vale a pena viver? Pode dizer-se que o contexto deplorável e mesquinho que os rodeava não permitiu o seu triunfo e aniquilou-os pela raiz, destrui-lhes os sonhos, transformou-os e tornou-os seres absolutamente indiferentes a tudo e até à própria vida. Na verdade, o Portugal de então não tinha dignidade, perdera a alma social e afundava-se numa subserviente aceitação de tudo o que vinha de fora, desprezando os valores e tudo o que era nacional. O País transformara-se num lugar impossível de realização de ideias e projectos e só lhe restava morrer para, eventualmente, renascer mais tarde com outra alma onde a dignidade reinasse. Com a morte de Afonso, o varão de outras idades e o símbolo de um Portugal antigo, forte, vigoroso e heróico, extingue-se a raça e Portugal permanecera desconsoladoramente na mesma. Carlos e João da Ega no passeio final pelas ruas de Lisboa, analisam Portugal com um forte pessimismo como se aí, todas as ideias e todos os sonhos, mesmo os mais ardentes (e aparentemente indestrutíveis) se desfizessem em poeira, desilusão, ociosidade e conformismo.
            Poder-se-à relacionar o percurso de Carlos ao longo da obra com o dos homens da geração de 70? Obviamente sim. À semelhança das figuras da geração de 70 lutaram de forma ardente e violenta pela implementação dos seus ideais, deram continuidade a essa luta através da realização das conferências do casino, nas quais procuravam retratar e denunciar múltiplos aspectos da sociedade e, finalmente os “Onze de Bragança” era ainda um grupo que se reunia mas cujas finalidades eram exclusivamente de convívio de mentalidades afins e de diversão, evolvidas por uma áurea de snobismo e diletantismo intelectual. “Os vencidos da vida” foi o nome escolhido para este grupo que simbolizou a direcção aristocrática e intelectual do movimento de 70 em conflito com os valores vigentes do constitucionalismo e de onde emergiu um profundo pessimismo e desencanto.



OS MAIAS - uma tragédia

Os Maias são uma obre realista na qual o seu autor tece uma crítica à sociedade lisboeta da 2ª metade do século XIX, construindo uma crónica de costumes onde emerge um amplo quadro do ambiente sócio-cultural onde os personagens se movimentam.
            Paralelamente, a intriga central da obra envolve uma profunda dimensão trágica, sendo possível descortinar no decorrer da intriga os elementos típicos da tragédia clássica.
            Assim, o tema do incesto era o termo fulcral da maioria das tragédias e, na obra, os protagonistas da intriga principal, Carlos e Maria Eduarda vão-se aproximando fatalmente até à prática, primeiro inconsciente e depois consciente, do incesto. Na verdade, ambos desafiam situações e valores hybris e deixam-se conduzir por uma força sobrenatural que comanda os acontecimentos conducentes à catástrofe final. Esta força é o Destino que configura a atmosfera trágica através de presságios, alguns deles bastante indiciosos e funcionam como sinais que revelam de forma subtil o desfecho terrível. São exemplos da presença desta força a sombrinha escarlate a M. Monforte, sugerindo as relações as relações de sangue entre irmãos, os três lírios que murchavam na jarra, simbolizando a desgraça que se abaterá sobre os três Maias (Carlos, Maria e Afonso), a similitude dos seus nomes (Carlos Eduardo e Maria Eduarda) pressagiando uma semelhança nos destinos de ambos, a tapeçaria com os amores incestuosos dos deuses Vénus e Marte, a coruja empalhada que Maria tinha na cómoda e cujos olhos agoirentos, contemplavam os seus encontros de amor ou, ainda, o próprio nome – Toca – sugere relações incestuosas e selvagens. Destaca-se, ainda, na obre a peripécia quando ocorre a revelação de Guimarães a Ega, de que é portador de um cofre com documentos que devera entregar à família Maia. Guimarães conta a Ega que Maria é irmã de Carlos e inicia o processo de reconhecimento / Anagnórise, que vai culminar quando Carlos, Ega e Afonso analisam todos os documentos que o cofre contém. A terrível verdade surge: Carlos e Maria são irmãos. O incesto inconsciente torna-se consciente e a catástrofe emerge com toda a sua violência: o avô Afonso morre e os dois amantes separam-se. Maria parte e Carlos decide viajar pelo mundo na companhia de João da Ega.


 

Eça de Queirós - Um escritor de contrastes

Os Maias são a obra-prima de Eça de Queirós e ao longo do seu desenvolvimento destaca-se um conjunto de aspectos que permitem concluir que o seu autor é um escritor de contrastes.
            Na verdade, no decorrer da análise da obra, constatamos que há vários aspectos antagónicos que opõem figuras, ideologias, espaços, etc. que não só geram conflitos entre as personagens como também permitem retratar e caracterizar a sociedade da época. Assim, confrontam-se na obra o romantismo através da personagem Alencar que faz eco de uma ideologia onde a emotividade e a sensibilidade marcam presença e o realismo / naturalismo materializado de João da Ega; nesta perspectiva, toda a primeira parte da obra, a intriga secundária é uma novela romântica com a centralidade de Pedro da Maia, enquanto que a parte central, o romance de Carlos, envolve e faz a apologia do realismo como corrente literária; também se comportam as educações, nomeadamente a educação tradicional, à portuguesa e conservadora, ministrada a Pedro da Maia e a Eusébiozinho e a educação à inglesa, progressista e inovadora de Carlos da maia, ambas com resultados e consequências igualmente antagónicas. Um outro contraste marcante na obra é a oposição espaço rural, mais especificamente Santa Olávia onde decorre a infância e educação de Carlos, uma espécie de refúgio que Afonso sempre procura quando a cidade o cansa e decepciona.
A cidade simboliza a corrupção, o adultério e a hipocrisia, enquanto o espaço rural é imagem da paz, da vida e da felicidade, da regeneração das forças onde é possível superar o negativismo provocado pela cidade.

Cronologia sumária


 

 

Obras

  • O mistério da estrada de Sintra
  • O Crime do Padre Amaro
  • A Tragédia da Rua das Flores
  • O Primo Basílio
  • O Mandarim
  • As Minas de Salomão
  • A Relíquia
  • Os Maias
  • Uma Campanha Alegre
  • O Tesouro
  • A Aia
  • Adão e Eva no paraíso
  • Correspondência de Fradique Mendes
  • A Ilustre Casa de Ramires
  • A Cidade e as Serras
  • Contos
  • Prosas bárbaras
  • Cartas de Inglaterra
  • Ecos de Paris
  • Cartas familiares e bilhetes de Paris
  • Notas contemporâneas
  • Últimas páginas
  • A Capital (1925, póstumo)
  • O conde de Abranhos
  • Alves & Companhia
  • Correspondência
  • O Egipto
  • Cartas inéditas de Fradique Mendes
  • Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas

Estátua na Póvoa de Varzim.

“Geração de 70” e a “Questão Coimbrã”

Em 1865, António Feliciano de Castilho, mentor de um grupo de escritores da geração ultra-romântica portuguesa, teceu grandes elogios a duas obras de poetas ultra-românticos: D. Jaime, de Tomás Ribeiro (1863) e Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas (1865), ao mesmo tempo que fazia comentários depreciativos em relação à poesia de Antero de Quental e de Teófilo Braga, dois jovens poetas que despontavam, então, na cena literária.
Estes dois últimos pertenciam a um grupo de estudantes de Coimbra que se encontrava longe dos meandros do poder político e da corte literária de Castilho e tinha concepções literárias opostas ao ultra-romantismo. Tanto um como o outro responderam a Castilho de um modo desabrido e contundente, desencadeando polémica nos meios literários. Muitos escritores se envolveram na questão, uns a favor de Castilho, outros alinhando com os poetas conimbricenses.

Para os novos intelectuais (a chamada Geração de 70), atentos às ideias e acontecimentos europeus e actualizados do ponto de vista estético, científico e filosófico, a arte, e sobretudo a poesia, devia contribuir para a mudança das mentalidades com vista à realização da revolução social. Defendiam, para o efeito, uma poesia actual, objectiva e socialmente empenhada, que tivesse como referência os contributos da ciência e da filosofia e as leis da evolução histórica.

A Questão Coimbrã, tal como as Conferências do Casino, inserem-se num processo mais vasto de liquidação do subjectivismo e sentimentalismo ultra-romântico, de combate à influência do catolicismo e de desgaste do regime político vigente (monarquia constitucional). A Geração de 70 deu um contributo fundamental à renovação da cultura e da mentalidade portuguesa do século XIX, deixando trabalhos marcantes nos campos da literatura, do pensamento e da história, entre outros.




 

ROMANTISMO

O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu inicialmente na Grã-Bretanha e na Alemanha, como reacção ao culto da razão do Iluminismo, um pouco mais tarde em França, nos países do sul e na Escandinávia espalhando-se depois por toda a Europa e Estados Unidos da América. É um estado da sensibilidade europeia entre finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX. O seu nome deriva de "romance" (história de aventuras medievais), que tiveram uma grande divulgação no final de setecentos, respondendo ao crescente interesse pelo passado gótico e à nostalgia da Idade Média.
Foi originalmente um movimento de facto revolucionário que adoptou as ideias políticas e filosóficas elaboradas pelo século das Luzes: livre expressão da sensibilidade e afirmação dos direitos do indivíduo. Mas o romantismo, para lá da sua oposição à estética clássica, quer revelar a parte do homem oculta pelas convenções estéticas e sociais.
Muito variada nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes plásticas, esta corrente sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo – tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si, egoísmo –, o subjectivismo – tendência para afirmar a prioridade do subjectivo sobre o objectivo – e a intensidade. Contra a ordem e a rigidez intelectual clássica, os artistas românticos imprimiram maior importância à imaginação, à originalidade e à expressão individual, através das quais poderiam alcançar o sublime e o genial.


 


sexta-feira, 27 de maio de 2011

TRABALHO - PUBLICIDADE

Publicidade institucional

Tipo
            Trata-se de um de um tipo de publicidade institucional uma vez que não tem objectivo comercial, não visa o lucro e tem como função principal:
·         Sensibilizar o público
·         Despertar as consequências
·         Alterar maneiras de pensar e comportamentos
·         Educar para a cidadania

Constituição do anúncio
            O anúncio apresenta os dois aspectos que lhe são inerentes:
·         Texto
·         Imagem
E ambos se conjugam harmoniosamente cm o objectivo de chocar e comover o público de modo a dissuadi-lo de determinados comportamentos

Este anúncio apresenta uma estrutura tripartida:
·         Na 1ª imagem vemos uma jovem sentada numa cadeira de rodas. Situa-se no interior da casa, apoia os braços sobre as bandas laterais da cadeira e olha de frente para nos, esboçando um ligeiro sorriso. O texto que acompanha a imagem é muito elucidativo: a jovem tem 17 anos e foi vítima de um acidente quando regressava de uma discoteca com excesso de velocidade.
·         Na 2ª e na 3ª imagens, destaca-se a presença de dois jovens, imobilizados por deficiência que o texto complementa: o 1º foi vítima de acidente por excesso de velocidade e o 2º sofreu terríveis consequências por queda de mota ao tentar uma manobra perigosa.


Esta campanha publicitária institucional como tantas outras têm muito êxito o segredo desse êxito reside precisamente no facto de nos mostrar a realidade nua e crua, de nos fazer pensar confrontando-nos com a realidade, pois os jovens Rosa, Hélder e Henrique não são actores mas sim vitimas reais de acidentes de viação.

Relativamente ao aspecto cromático, pode dizer-se que predominam os tons escuros (preto, azul-escuro, roxo), simbolizando o sofrimento, a tragédia, a dor.

O slogan desta campanha é “Quando mais depressa, mais devagar”. Pode dizer-se que é fácil de memorizar e remete para a realidade da velocidade que muitos jovens adoptam quando conduzem. A verdade é que essa velocidade conduz muitas vezes a tragédias e a realidade é que o resto das suas vidas é vivido “mais devagar”.
·         Cadeiras de rodas
·         Imobilização
·         Paraplégicos
·         Etc.






Publicidade comercial

Tipo
            Trata-se de um tipo de publicidade comercial, pois apela ao consumo e à opção face a um determinado produto.

Elementos do anúncio
  1. A marca surge destacada na base (parte inferior) do espaço reservado ao anúncio, sob as duas formas do produto. É um elemento fulcral.
  2. O slogan, joga com o poder da palavra, é conciso, original e fácil de memorizar (“oscillo e a gripe passou”). Fica a martelar nos nossos ouvidos, é apelativo e procura convencer.”)

A imagem

É igualmente importante. Vivemos num mundo de imagens e o estímulo visual é imprescindível na publicidade. Neste caso, é visível um conjunto de jovens no interior do metro. De entre eles destaca-se que se salienta pelas cores vivas (amarelo e vermelho) enquanto os restantes surgem com predominância de cores escuras (preto, azul-escuro, sobretudo).
Destaca-se, ainda, o olhar: enquanto o jovem de roupas coloridas tem um olhar saudável, os restantes têm um aspecto doentio, estão descorados, com olheiras, espirram e estão nitidamente doentes.
·         O jovem de roupas coloridas está de boa saúde porque toma o medicamento.
·         Os restantes estão doentes pois não se medicaram.

O texto argumentativo
Surge na base inferior do anúncio e apresenta todo um conjunto de informações necessárias à aquisição do produto

           

PUBLICIDADE - código da publicidade


A publicidade assume, nos dias de hoje, uma importância e um alcance significativos, quer no domínio da actividade económica, quer como instrumento privilegiado do fomento da concorrência, sempre benéfica para as empresas e respectivos clientes.

Considera-se publicidade comercial, para efeitos do presente diploma, qualquer forma de comunicação feita por entidades de natureza pública e privada, no âmbito de uma actividade comercial, industrial, artesanal ou liberal, com o objectivo directo ou indirecto de:

a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços.

b) Promover ideias, princípios, iniciativas ou instituições.

Considera-se publicidade institucional qualquer forma de comunicação da Administração Pública, não prevista no número anterior, que tenha por objectivo, directo ou indirecto, promover o fornecimento de bens ou serviços.

Não se considera publicidade a propaganda política.






Artigo 6º
(Princípios da publicidade)
A publicidade rege-se pelos princípios da licitude, identificabilidade, veracidade e respeito pelos direitos do consumidor.

Artigo 7º
(Princípio da licitude)
1 - É proibida a publicidade que, pela sua forma, objecto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamentais constitucionalmente consagrados.

2 - É proibida, nomeadamente, a publicidade que:
a) Se socorra, depreciativamente, de instituições, símbolos nacionais ou religiosos ou personagens históricas;
b) Estimule ou faça apelo à violência, bem como a qualquer actividade ilegal ou criminosa;
c) Atente contra a dignidade da pessoa humana;
d) Contenha qualquer discriminação em relação à raça, língua, território de origem, religião ou sexo;
e) Utilize, sem autorização da própria, a imagem ou as palavras de alguma pessoa;
f) Utilize linguagem obscena;
g) Encorage comportamentos prejudiciais à protecção do ambiente.
h) Tenha como objecto ideias de conteúdo sindical, político ou religioso.

3 - Só é permitida a utilização de línguas de outros países na mensagem publicitária, mesmo que em conjunto com a língua portuguesa, quando aquela tenha os estrangeiros por destinatários exclusivos ou principais, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
4 - É admitida a utilização excepcional de palavras ou de expressões em línguas de outros países quando necessárias à obtenção do efeito visado na concepção da mensagem.

Artigo 10º
(Princípio da veracidade)
1 - A publicidade deve respeitar a verdade, não deformando os factos.

2 - As afirmações relativas à origem, natureza, composição, propriedades e condições de aquisição dos bens ou serviços publicitados devem ser exactas e passíveis de prova, a todo o momento, perante as instâncias competentes.


Artigo 11º
(Publicidade enganosa)
1 - É proibida toda a publicidade que, por qualquer forma, incluindo a sua apresentação, e devido ao seu carácter enganador, induza ou seja susceptível de induzir em erro os seus destinatários, independentemente de lhes causar qualquer prejuízo económico, ou que possa prejudicar um concorrente.

2 - Para se determinar se uma mensagem é enganosa devem ter-se em conta todos os seus elementos e, nomeadamente, todas as indicações que digam respeito:
a) Às características dos bens ou serviços, tais como a sua disponibilidade, natureza, execução, composição, modo e data de fabrico ou de prestação, sua adequação, utilizações, quantidade, especificações, origem geográfica ou comercial, resultados que podem ser esperados da utilização ou ainda resultados e características essenciais dos testes ou controlos efectuados sobre os bens ou serviços;
b) Ao preço e ao seu modo de fixação ou pagamento, bem como às condições de fornecimento dos bens ou da prestação dos serviços;
c) À natureza, às características e aos direitos do anunciante, tais como a sua identidade, as suas qualificações e os seus direitos de propriedade industrial, comercial ou intelectual, ou os prémios ou distinções que recebeu;
d) Aos direitos e deveres do destinatário, bem como aos termos de prestação de garantias.

3 -  Considera-se, igualmente, publicidade enganosa, para efeitos do disposto no n. 1, a mensagem que por qualquer forma, incluindo a sua apresentação, induza ou seja susceptível de induzir em erro o seu destinatário ao favorecer a ideia de que determinado prémio, oferta ou promoção lhe será concedido, independentemente de qualquer contrapartida económica, sorteio ou necessidade de efectuar qualquer encomenda.

4 - Nos casos previstos nos números anteriores, pode a entidade competente para a instrução dos respectivos processos de contra-ordenação exigir que o anunciante apresente provas de exactidão material dos dados de facto contidos na publicidade.
5 - Os dados referidos nos números anteriores presumem-se inexactos se as provas exigidas não forem apresentadas ou forem insuficientes.


Eu escolhi estes quatro artigos pois defendem aquilo, que eu considero moralmente correcto. Cada vez mais, a publicidade tem um efeito decisivo na nossa sociedade e como tal temos que nos proteger contra eventuais bombardeamentos de falsas publicidade. Ambos os artigos que eu escolhi têm como função proteger o consumidor, portanto os achei adequados para colocar no um Webfólio

CARICATURA

Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo.


A distorção e o uso de poucos traços são comuns na caricatura. Diz-se que uma boa caricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoa através do jogo com as formas. É comum sua utilização nas sátiras políticas; às vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinônimo de grotesco (a imaginação do artista é priorizada em relação aos aspectos naturais) ou burlesco.


                       




                      

MITO DO SEBASTIANISMO

O Sebastianismo foi um movimento que ocorreu em Portugal na segunda metade do século XVI como consequência da morte do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578. Por falta de herdeiros, o trono português terminou nas mãos do rei Filipe II de Espanha.
Basicamente é a esperança na vinda de um messias salvador e traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.
Apesar do corpo do rei ter sido removido para Belém, o povo nunca aceitou o facto, divulgando a lenda de que o rei se encontrava ainda vivo, apenas esperando o momento certo para voltar ao trono e afastar o domínio estrangeiro.
O seu mais popular divulgador foi o poeta Bandarra, que produziu incansáveis versos clamando pelo retorno do Desejado, como era chamado D. Sebastião, vindo a ser o seu cognome.
Explorando a crendice popular, vários oportunistas tentaram  fazer-se passar pelo rei desejado, na tentativa de obter benefícios pessoais. Quando descobertos, foram condenados à morte.
Finalmente, em 1640, através do golpe da Restauração, Portugal voltou a ser independente e o movimento começou a desvanecer-se. O Sebastianismo porém continuou vivo por muito tempo na mentalidade dos Portugueses.




TEMPO E ESPAÇO NA OBRA DE FERI LUÍS DE SOUSA

Espaço

            O espaço situa-se em três lugares: o palácio de Manuel de Sousa Coutinho (acto I), palácio de D. João de Portugal (acto II) e a capela / parte baixa do palácio (acto III).
            A mudança do acto I para o II é provocada pelo incêndio e o espaço tende a concentrar-se. O acto I envolve um espaço aberto, com amplas janelas, luz, decorado e comunica com o exterior, o que se relaciona com alguma felicidade que se vive naquele lugar.
            O acto II decorre num espaço mais fechado, mais sombrio e melancólico. Não tem janelas e as portas têm reposteiros, há grandes retratos de família, lembrado o passado. É aqui que vai chegar o Romeiro e  felicidade da família começa a desagregar-se.
            No acto III, o espaço ainda é mais fechado e subterrâneo, não há janelas e há pouca portas. Não há decoração. Na capela não há decoração, há apenas um altar e uma cruz, símbolos de sacrifício e de morte. É lá que Manuel e Madalena vão professar e maria vai morrer.
            Em suma pode dizer-se que, à medida que a acção avança e se torna mais trágica, o espaço é mais fechado e opressivo e aniquilador das personagens.


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Tempo

            Tal como o espaço, também o tempo se fecha e concentra. Inicialmente amplo e vasto (21 anos).
·      1578 – batalha de Alcácer Quibir.
·      +7 – anos de buscas por parte de Madalena.
·      +14 – segundo casamento / +13 nascimento de maria
·      1599 – tempo presente.

No presente, a peça passa-se numa sexta-feira à tarde, 21 anos após a batalha de Alcácer Quibir, passam oito dias desde o incêndio (noite de sexta para sábado), é de novo sexta-feira. Chega o Romeiro, Manuel de Sousa e Madalena professam e maria morre.
Toda a acção dramática se passa “Hoje”, o dia em tudo se concentra: por um lado, Madalena teme esse dia; por outro lado, D. João quer chegar ali “Hoje” (é o dia em que faz 21 anos que ocorreu a batalha.
Em síntese, podemos dizer que a acção, espaço e tempo convergem e concentram-se progressivamente, até à tragédia final.



CARACTERÍSTICAS DAS PERSONAGENS EM FREI LUÍS DE SOUSA

Madalena de Vilhena
É uma heroína romântica, vive marcada por conflitos interiores e pelo passado. Os sentimentos e a sensibilidade sobrepõe-se à razão e é uma mulher em constante sofrimento. Crê em agoiros, superstições e dias fatais (a sexta-feira). É uma sofredora, tem um amor intenso e uma preocupação constante com a filha Maria, contudo coloca a cima de tudo a sua felicidade e amor ao lado de Manuel  de Sousa, mesmo o seu amor à pátria é menor do que o que sente por Manuel. No final da obra, aceita o convento como solução,  mas fá-lo seguindo Manuel (ele foi? Eu vou)


Manuel de Sousa Coutinho
É o típico herói clássico, dominado pela razão, que se orienta por valores universais, como a honra, a lealdade, a liberdade; é um patriota, um velho português às direitas, forte, corajoso e decidido (o incêndio), bom marido, pai terno, não sente ciúmes do passado e não crê em agoiros. O incêndio e a decisão
violenta de o concretizar é um traço romântico.
            Contudo, esta personagem evolui de uma atitude interior de força e de coragem e segurança para um comportamento de medo, de dor, sofrimento, insegurança e piedosa mentira no acto III quando teme pela saúde da filha e pela sua condição social.
            No final da obra, mostra-se tão decidido como noutros momentos: abandona tudo (bens, vida, mundo)e refugia-se no convento.


Maria de Noronha
            É a mulher-anjo dos românticos (fisicamente é fraca e frágil; psicologicamente é muito forte).
            Nobre, de inteligência precoce, é muito culta, intuitiva e perspicaz. Muito curiosa, quer saber tudo... É uma romântica: é nacionalista, idealista, sonhadora, fantasiosa, patriota, crente em agoiros e uma sebastianista.
            É a vitima inocente de toda a situação e acaba por morrer fisicamente, tocada pela vergonha de se sentir filha ilegítima (está tuberculosa).

          
D. João de Portugal
            Nobre cavaleiro, está ausente fisicamente durante o I e o II acto da peça. Contudo, está sempre presente na memória e palavras de Telmo, na consciência de Madalena, nas palavras de Manuel e na intuição de Maria.
            É sempre lembrado como patriota, digno, honrado, forte, fiel ao seu rei; quando regressa, na pele do Romeiro é austero e misterioso, representa um destino cruel, é implacável, destrói uma família e a sua felicidade, mas acaba por ser, também ele, vitima desse destino. Resta-lhe então a solidão, o vazio e a certeza de que ele já só faz parte do mundo dos mortos (é “ninguém”; madalena não o reconhece; Telmo preferia que ele não tivesse voltado pois Maria ocupou o seu lugar no coração do velho escudeiro):
            D. João é uma figura simbólica: representa o passado, a época gloriosa dos descobrimentos; representa também o presente, a pátria morta e sem identidade na mão dos espanhóis / e é a imagem da pátria cativa.


Telmo Pais
            É o velho aio, não é nobre, contudo a sua convivência com as famílias nobres, “deu-lhe” todas as características de um nobre (postura, fala, educação, cultura...).
            É o confidente de Madalena e de Maria.  Fiel, dedicado, é o elo e ligação entre as duas famílias (os dois maridos de Madalena), é a chama viva do passado que alimenta os terrores de Madalena.
É muito critico, cria juízos de valor e é através dele que  consciência das personagens fragmentada que vive num profundo conflito interior pois sente-se dividido entre D, João e Maria, não sabendo o que fazer.
É um sebastianistas e sofre muito pela sua lealdade.


Frei Jorge
            Irmão de Manuel de Sousa, representa a autoridade de Igreja. É também confidente de Madalena, pois é a ele que ela confessa o seu “Terrível” pecado: amou Manuel de Sousa ainda D. João era vivo. É um uma figura moderadora, que procura harmonizar o conflito, modera os sentimentos trágicos. Acompanha sempre a família, é conciliador, pacificador e impõe uma certa racionalidade, procurando manter o equilíbrio no meio de uma família angustiada e desfeita.

ACTO III

Manuel de Sousa é informado por frei Jorge de que D. João de Portugal está vivo e chegou na figura de um romeiro. Manuel consciente das dimensões da noticia, lamenta a ilegitimidade da filha, a sua quase certa morte e, num momento de desespero romântico, chora, sente-se confuso, dispõe-se a dar vida por ela, considera-se o principal culpado da situação da filha, revolta-se contra o Romeiro, arrependendo-se de o ter julgado tão cruelmente e decide professar, deixando assim o mundo e as suas vaidades. 
Paralelamente, Telmo prepara-se para o encontro cm D. João, o seu velho amo, por quem toda a vida desejou o seu regresso mas que, agora, perante a evidência da sua vinda, sente-se fragmentado e vive um profundo conflito interior, não sabendo por qual dos dois (D. João ou Maria) optar. Sofre muito, pois percebeu que Maria ocupou o lugar no seu coração que outrora estava ocupado por D. João e não sabe que caminho seguir. O encontro entra Telmo e D. João é muito emotivo. D. João depois de várias perguntas feitas ao seu fiel aio, ordena-lhe que vá dizes a D. Madalena que tudo não passou de um embuste, o Romeiro é vagabundo, um impostor, um mentiroso. Contudo, é já tarde de mais.
A decisão de Manuel já estava tomada e Madalena, depois de algumas e dúvidas e de tentar demover Manuel de Sousa, pondo a hipótese de que o Romeiro seria falso, acaba por segui-lo e professar.
Inicia-se o ritual que Maria interrompe, proferindo um logo discurso de revolta perante a sociedade, as leis do casamento, o mundo e Deus. Pede desesperadamente aos pais q eu a libertem da mancha do pecado da ilegitimidade e perante o silêncio destes, Maria acaba por morrer, confessando que morre de vergonha. Os pais professam perante o cadáver da filha.